Saturday, May 23, 2009

Sino



Noite escura

Vento forte

Escorre o cansaço

Treme o medo


Escorrega o pé(tictictictictictac)

Cai o corpo

Mata a dor

Fere a culpa


tictictictic tac

tictictictic tac

tictictictic tac


Chora a chuva

Canta a alma

Brinca a mente

Cansa a gente


E toca o sino(tictictictictictac)

E arrepia(tictictictictictac)


tictictictictic tac

tictictictictic tac

tictictictictic tac


Perde o tempo

Gasta a energia

Dói a cabeça

Desgasta a fome(tictictictictictac)


E fala a hora...

E faz acontecer...


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Dizem que o meu olhar é triste

Dizem que sou inteligente

Não me importando com tudo isso

Digo que não me sinto triste

e muito menos inteligente


Só vejo coisas pouco como são

E sinto coisas como pouco se vê

Troco o amor que me resta

E chego ao mais profundo ser

Que me toca por dentro


Vivo o tempo do não tempo

Ouço o balançar dos sinos

Como quem ouve um trilimtimtim

de cada vez, pela primeira vez que ouviu


Quando chove sinto toques, sinto calafrios

E chateio-me por ver nas cores, cores que nelas não têem


Mas cada dia é um dia

Nunca igual ao que passou

Cada dia é um reflexo

da minha alma que se me descolou


Tudo em mim se mexe

E mexo eu com tudo também

Escondendo minha sincera timidez

Numa profunda e ágil estupidez


O medo, faz de mim amiga

A coragem, faz de mim rebelde

E não me perco por entre brumas de folhas de árvores caídas


Encontrando-me no desencontro de encontrar

Amo o desapego da ilusão de amar

Resta-me duvidar e resta-me brincar


Pois, que amor haverá?

E por onde irá passar?

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