Tuesday, January 20, 2015

Mar

A tua música era um mar, era o mar das tuas emoções, os musicos, eram cantores em melodias de peixes das tuas aventuras, sendo interpretes casuais dos teus sonhos
Todo aquele mar eram apenas as tuas cançoes, e as  mulheres sentadas apreciavam transformadas em musas apenas através da música, enquanto todos os homens que ouviam pareciam inspirados só de te ouvir tocar, todos eles almejavam alcançar aquele mar que a todos envolvia, pelo menos com as palavras.

Dentre elas, eu, a mais perdida, a perdida que querias encontrar, não fosse o tempo confundir.
Esse tempo que ora faz, sol, ora chove, que nos troca a todos numa enganada sinfonia.
Não fosse ser o tempo, esse palco, o tempo era como aquele palco que nos separava,
Sendo eu tão jovem, desfeita em criança assustada e tu, como um jovem preso em corpo velho,
Em alma humilde de quem sabe ser jovem por amor.

Senti-me a navegar, enquanto ouvia, fui ao concerto só para encontrar-me contigo a sós
Queria ver a sós a tua alma.

Sendo mesmo apenas alma que encontrei, foi a tua alma que a mim mesma invadiu desde a primeira vez que te vi. E foi real a promessa que me fizeste de que não há realmente tempo nem espaço,
vi que tudo o que há, é apenas vida num momento apreciado.
Ficou-me o peito a doer, desconsolado, deslumbrado do teu carinho por mim.
Nós em almas tão perdidas entre tempos tão errados.

Posso sim, amar-te em outra dimensão, nessa dimensão real sem tempo nem espaço nem direção.
Por que neste tempo nenhum amor nos restaria mesmo que fosses tão jovem quanto eu.
Posso ainda amar-te como criança que ama por maravilhas, reduzindo-me a melhor tonalidade de mim.
Sendo miragem dum mundo além deste mundo, amo-te muito, mais do que uma mulher poderia amar, sendo a amizade a nossa, uma amizade igual pois sou tão carente quanto tu.
Tu por teres tanto de mar e eu por ter tanto de sonhar.

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