Entre as
penumbras que surgem de manhã, surge no vento uma brisa de dádiva e uma brisa
que tira.
E os
pensamentos nos dizem, que quando se pensa ter, o melhor é pensar não ter, e
que quando se pensa ser dia é melhor pensar que é noite, porque ao longo do dia
tudo se vai alterando.
E
observa-se o tempo a passar, e o tempo parece tão escasso, não há vontade de
fazer nada
Apenas a
vontade de observar como o mundo se move a nossa volta, tudo numa tendência
abismal.
Entre as
folhas, que se estendem no chão, caminha-se numa direção sem previsão de
chegada a um destino certo. Entre as folhas avista-se em tudo o que se ganha, tudo
o que se perde.
E o vento
passa, como nos vai passando a vida, por vezes queremos rir que nos alivia, por
vezes alivia mais quando à noite, se chora.
E a vida
nos tira tanto, e tão poucos são os frutos, que o melhor é guardá-los para as
surpresas futuras, e o presente se nos escapa, como se nos escorresse da mão.
E num dia acordamos,
e ninguem está, ninguem nos vai mostrar o caminho, e os dias passam
construidos, com pouco do que se possa fazer, as estações mudam como todos os
dias enquanto se envelhecem a pintura dos sonhos.
E entre as árvores
e as folhas caídas, entre os cheiros de montanha, que sempre souberam avisar,
nada realmente existe, nada realmente há, mas tudo parece existir apenas no silêncio
do vento.
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