Enquanto andas perdido entre
espelhos
Ando eu as voltas num íntimo
mar de mimOs mesmos anos que em mim ficaram bem guardados pela tua ausência
Porque aquele dia em que nos
vimos foi o passado levantado de sua campa.
Foi algo de antes de nossa
vida que por nós se reviveuE tu negaste como alguém cobarde de reconhecer quem é onde não conhece
E eu afirmei como ingénua moça cuja força de sua própria voz desconhece
Mas se em meu peito ainda morar
restos de ingénua intuição
Juro que se quiseres te
levarei a esse passado quase apagado pelo tempoPois foi com teu olhar que dele me lembraste naquele simples dia
E foi do meu ventre que
naquele momento ele quis voltar a nascer
E fizeste-me com dor, mulher,
Fizeste-me lua quando
reconheci de onde vinha minha própria escuridão.
Coraste-me com meu próprio
amor que te dei,
Mostrando com lágrimas minhas
que nunca de mim própria poderias salvar
Neste amor de tantas vidas,
em cada lembrança do olhar teu, revisito todos os mares navegados do passado
Nesta nostálgica dor da ausência,
revisito em meu ser o que sou do que ficouPois ele só fica bem quando calado quiser cantar o seu pranto
Como as histórias de amor
antigo não cabem neste mundo de espelhos e
sonhos vividos quase sempre tão
longes do céu.
No comments:
Post a Comment