Sunday, January 19, 2014

Terra molhada

Encontro pessoas dispostas a ouvir, poucas dispostas a escutar
Pessoas dispostas a ditar, pouco dispostas a questionar
Encontro ventos de norte, poucos ventos desnorteados. 

Quero ventos desnorteados em fascínios.
Quero montanhas que possam dar vós a ventania.
Quero liberdade ressuscitada no primeiro gole do dia.
Facetas descobertas a tudo o que prende.
Quero ressuscitar-me nesta chuva em mim.


Quero partir para nunca mais chegar
E sorrir para ser mais que o retrato, ser vida
Quero cantar, como se vivesse no canto
ser de todos  os pássaros que escolhem essa vida
Dançar no espanto das saias e no espanto do corpo

Viver na ilusão da vida sem morte e do amor sem desamor
Criar para dar sem pedir e para ter sem comprar
Quero cuidar porque gosto e ver crianças porque respiro
E ser árvore para aprender do toque o teu toque íntimo
Quero correr de braços abertos e deixar o calor alastrar-se num dia de Sol
Quero vidas e dias e meses soltos e dados aos ventos

Quero roupas rasgadas e coisas largadas, 
quero um mergulho no mar
Quero pessoas confusas com palavras 
que possam querer dizer qualquer coisa
Quero tanto que até me bastava o mar,
 quero tanto que até me contenta a terra.

1 comment:

Mel said...

Boa tarde,

convido a visitar e a seguir o blogue que criei sobre ética e libertação animal. Está à vontade para comentar.

www.grito-silenciado.blogspot.pt

Obrigada.