Hoje tirei fotografias para quando eu for velhinha,
para quando eu for velhinha eu lembrar quem eu era.
Não mostram maquilhagem, nem roupa, nem sapatos, só eu
São para mostrar expressões, alma, sonhos, paixões e dor
Que a imagem tenha a gentileza de mostrar
Ser vulnerável por ser humana, não é vergonha nenhuma
Mostrarei a mim mesma que sempre fui humana quando for velhinha
E lembrarei que nunca soube viver, só para manter algum mistério na vida
E que nem sempre fui feliz...
Por isso, gosto desta foto simples assim, para a pessoa que sempre espero ser
Sou aquela a quem foi dada a chave do céu, e no mundo a chave perdeu
Se me despeço do mundo, é porque de mim o mundo se despedia enquanto eu nascia
Quando me fiz nascida, toda auto-construída de bocados que se recriaram em mim
E assim, foi todo o mundo que pari.
Agora, nem interessa mais quem teria sido, se tivesse vindo de mim.
Porque agora esta que sou, qualquer um pode ser
Daí jaz minha certeza na vida,
Minha filosofia não foi vivida,
dela só saberei antes de morrer,
terá sido na minha própria vida que ela se definia
Até lá, a vida que faça o favor de se reconhecer em mim
e eu que faça o favor de me oferecer a ela
como todo o bom sonhador, que me disfaça onde quer que for
Porque o sentido é não ter sentido nenhum
E todo o sentido é só uma limitação.
Ouço agora a música que amo,
mil vezes se tiver que ser,
como naquele filme que vi, a personagem fazia
Talvez assim, a música decida inscrever-se em mim
E eu possa virar de vez poesia,
a poesia de uma antiga lágrima esquecida.
Thursday, September 12, 2013
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