Vou incendiar o grito que no peito escorre dessa profunda e insensata relação
E ser vida na escolha que se despe no orgulho de ver-se despido no outro
Em braços de desencontros, surge o abraço do choro eterno esculpido na casca rija do mito
Eu sou, como Venus, a deusa fresca e fatal
Que engole sem seco sem medo de ser pecado e ser original
Cuspo e me deito em ventre aberto a tudo o que possa advir
Sendo frutífera dos ventos e dos mares dos quais sirvo o sentir,
quais disfarçados jardins do amor
Ando nua porque nua vivo
Ando fragil porque só fragil sou forte
ao encontrar meu seio alimentando famintos
Noite escura do breu do qual me fiz parida
Tudo é um breu nessa obscura e morta vida
Renasço porque posso e posso sempre renascer em morte
Oh doçura do coração amargurado não me persigas como se eu não te reconhecesse
Porque eu reconheço cada lágrima que se desfez de mim, cada uma delas sou eu
O canto dos corações que doem
A ferida da esquina de qualquer um
A alma ressequida em sangue e na dor de cada um
Oh dor só tu trazes o amor, de um amante sem fim
E das asas do infinito eu faço-me em broto para quem quiser nascer de mim
Monday, September 02, 2013
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment