Monday, August 25, 2014

Trilho tempestuoso

O trilho é tempestuoso
Tempestade a partir da tua tempestade interna
Minha tempestade externa de prantos femininos e sangue

Qual deus pensava eu seres tu, Zeus?
Estares nos momentos de sombra e de luz
Para podermos viver, sonhar e pensar juntos

Foi o infinito que sonhei de ti
E tao pequeno foi o meu papel nisto tudo
Que trilho sinistro, escolhi e agora me encontro
a contemplar, de cara a cara com o breu

Não há paixão, só há palavras
Não há futuro, só o passado da tua história,
a história de Portugal

Não há memórias nossas, às quais eu me possa claramente entregar
Tudo o que há é teu, e tudo teu tem pouco de nosso, tudo é tua cultura.
De meu só há vida.

 Até meus sentimentos, cada vez mais intelectualizados como tu
onde estarei eu, onde fiquei eu neste caminho?
Algures a questionar a existencia de deus...?!
Abandonaste-me  e eu deixei minhas duvidas serem respondidas por ti
e de mim mesma não nada há.
 
Nuances entre sentimentos e pensamentos,
e filosofias que não sei viver
tudo agora são retalhos e restos de frágeis momentos de tão curta duração
Quem te criou fui eu, tu estavas noutro lado,
algures a fantasiar tuas metas pessoais
Na casa de outra mulher qualquer
amaste-me com ideias, mudaste-te para dentro da minha mente
e dentro dela copulamos

Sou vazo de mentes ausentes de si
Receptáculo ofegante, tenho lágrimas reactivas para sentir
E agora, onde vou encontrar melhor luz
se sei que não voltas mais?
Se encontraste outro livro para ler..
outro livro, outra fábula outra história de mulher...

Tão tenho passado,
Tão emigrante, carente, de mim mesma ausente
sou poço sem fundo, não durmo, não como
Sou mais ausência que presença, sem pai
Depósito de sensações com corpo de mulher

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