Monday, March 19, 2012

Suspiros de borboleta

De minha experiência retiro ideias, questões a fazer, mais para comprovar

De tudo o que leio perco nomes, perco frases de narrações, apenas as ideias ficam como fundações de instantânea filosofia.

De sentimentos surgem pensamentos que vagueiam e passam, ficando as ideias comparadas do que passou ou poderá passar

E lentamente, quando este fino véu se desvanece...
Ideias lúcidas são sucessivamente desconstruídas em minha mente, tal processo digestivo de letras e pontos de acentuação.

Gradualmente parto numa viagem,de querer esse senso bem mais abrangente, subtilmente mais crítico, místico ou elevado.

É que torna-se incrível ver e absorver vários ângulos de pura vida.
Ler um livro, ver a metafísica subjacente. Relê-lo, centrando agora em detalhes finais.
Viver, num musicar do fraseado de uma eterna história que ficou por contar ou ser dita em silenciosos pequenos e rituais.

Vou agora rever tudo o que li, desfazer tudo o que pensei, meticular a mente.
Vou refinar o que já sonhei e até o que já tinha esquecido.
Só para ver, ver a mais, ver mais intensamente....

Ver o detalhe de tudo o que há de minúsculo, do que ligeiramente vai passando e ninguém vê.

Observarei suspiros através de microscópios.

Verei e deixar-me-ei inspirar por restos de arco-íris, rastos delicados que uma borboleta deixou enquanto passava.

Diariamente, cheirarei a mais doce folha de uma árvore que secretamente nos escuta entre tantas outras árvores triviais.

Vou ouvir cada compasso de sinfonia inteiramente apaixonada,

Ser como quem lê cada frase de romance revivendo amorosas sensações enquanto anseia desesperadamente por tais momentos fatais.

No comments: