Num buraco, plantei
Num chave, vasculhei
No nada, acendi
Na vida, mudei
No céu, viajei
Em pequenas asas, sonhei
E foi assim que, em ti, compreendi
Que já se faz tarde para sonhar apenas sem sequer colorir
E foi assim que, em ti, compreendi
Que já se faz tarde para sonhar apenas sem sequer colorir
Que já se faz tarde para pintar apenas o que não tem mais por onde descobrir
Que já se faz tarde para chorar apenas sem encontrar pernas que possam andar
Que já se faz tarde para aprender o que não nos torna capazes de amar
Que já se faz tarde para esquecer o valor do que insistentemente sempre se fez valer
Que já se faz tarde para viver ilusões, então que possamos digerir a verdade de uma vez
É que só devagarinho e aos bocadinhos não chegaria para colhermos da terra trigo
Mas talvez com esse devagarinho possamos devagarinho partilhar carinho
É que devagarinho e sozinho talvez não chegue para construir um ninho
Mas talvez devagarinho, sem desistir, possamos construir do sábio nosso interior
Se somos mais que cinzas, meu querido, se foi essa a verdade que mais que um sábio falou.
O que nos restará mais desse segredo senão criar mais do que já se criou?
É que saber que somos humanidade não nos faz mais que míseros mortais, porém manifestar o que sonhamos, certamente, dará sentido a nossos verdadeiros ideias.
Por isso,
Brotemos mais da vida ao plantar de nossas cinzas verdadeiro amor!
Colhamos mais da vida ao retirar de nosso coração o mínimo vestígio de rancor!
Pois o que valerá o tempo, meu querido, quando percebermos que somos nós tudo o que da vida nos restou?
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