Na iminência de não querer ser louca, tudo o que eu quero é fazer-me
louca
E andar nua para o mundo, andar só porque quero estar
deitadaTudo o que eu quero é revelar e exprimir um interior que se faz despedido do mundo
Quero ignorar a tudo e todos e simplesmente fazer ver finalmente a integridade do todo
Pois sinto-me exausta de tanto calar, e cheia te tanto em
mim a bulir
Sou chaleira com água a ferver, turbilhão de sentimentos
numa panela de pressão que não deixa nada sair.Agarro uma folha, aperto-a sinto suas entranhas a fluírem por mim e tudo o que eu quero é possuir para deixar-me embutir
Não me vejo separada, vejo-me vigiada e despida por cada olhar que sobre mim recai ao sair de mãos abertas para a rua.
Não me vejo cópia rara do exterior, vejo-me partir da origem, vejo-me tinta de terra em tela que se quer toda auto colorir.
E agarro um momento de silêncio em que peço ao vento que
conte suas histórias para mim. Arranjo coragem, peço que me conte tudo, para
que me fale ao ouvido do espírito e para que eu possa esperar o resultado que
recairá sobre o meu corpo enquanto eu estiver ainda a dormir.
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