Preciso compor.
Hoje foi a única coisa que realmente senti.
Necessidade tal como é a de viver, como é a de respirar.
Tão independente de mim e de ti.
Preciso compor.
Hoje tal vontade se apoderou de mim.
E descobri que sentimentos de transcender me possuem.
Como se tudo me engolisse, como se tudo vivesse em mim.
Como se eu fosse planta de mim,
que existo sendo eu realmente esse ser bem mais profundo e crescente.
Preciso compor.
Sem virar as costas para mim.
Também sei que não consigo virar as costas para ti, mas apenas aglomerar tudo.
Nada há mais que possa eu fazer com esse tal fogo.
E receio que possa ter vindo do nosso mais terno amor
E de nossos mais cruéis anseios de posse, receio ter chegado ao fundo, sentindo calor.
E receio não viver mais em nós consumida, mas ter que voltar-me além
para algo bem mais além de todos nós algo que me permita assim tão expandida e sem voz.
Desse fogo irei desconstruir a maior piedade que exista realmente por mim.
Desse fogo irei construir o mais ideal sonho alguma vez expelido dos doces lábios do infinito.
Hoje sonhei sem sonhar contigo.
Hoje sorri sem dar sequer por mim
Hoje criei assim uma vontade que se apodera sendo dona de mim.
Hoje foste o vento que por mim passou.
Hoje eu sou o calor que aqueceu esse vento.
Hoje fomos o que somos e o que ao contrário do que somos seremos.
Hoje desejei deixar rasto desse mesmo calor.
Hoje escrevi tudo na eternidade do momento.
Hoje entreguei-me a esse nosso lado vago, que por vezes se deixa calar
enquanto docemente se deixa passar.
Tuesday, July 03, 2012
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