O autoritarismo é uma forma de maltratar psicologicamente o
outro livremente.
Destrói a autoconfiança do outro, destrói sonhos, torna-nos
ovelhas de rebanho.
Porque quem é autêntico não precisa de capa para se
encobrir, nem precisa de altar para estar em posição superior a quem está a sua
frente.
Sentir-se superior é escolher estar cego de si próprio e do
outro, viver de títulos e de bens, aceitar autoridade é negar tomar acção sobre
a sua própria vida. É deixar-se a mercê do outro.
Tenho amigos que são como rebeldes, não aceitam qualquer
tipo de autoridade externa por este mesmo motivo. Vejo este instinto como um
sentido de rebelião pessoal mas penso que no fim não trás qualquer vantagem.
Opor-se a autoridade externa pode ser uma forma de reforçar
essa própria autoridade, bem como, reforçar um sentimento de auto compaixão que
não trás qualquer benefício.
Melhor seria, ignorar esse tipo de pessoas, e sem deixar
afectar-se por isso cumprir o papel que é necessário ser cumprido para o melhor
dos nossos projectos pessoais.
Apesar de tudo isso, as piores autoridades são as internas,
seja autoridade religiosa, psicológica, emocional. Pomos nossa vida à
disposição de uma série de fantasmas alegóricos que nos aparecem com os anos de
vida.
Qual será então a melhor posição em relação a estes? Estes
penso eu, não se devem ignorar. Melhor seria, então, deixá-los morrer de fome.
Não encontrei uma solução definitiva para esta questão.
A nível intelectual, o que me tem ajudado é a eterna
filosofia de um constante por em causa, mas isto também trás uma certa
inquietação, e um constante reconstruir.
A nível emocional, bem, este é o que trás a minha conversa
com a poesia e traz-me noites mal dormidas sendo o motivo aparente, nenhum.
No comments:
Post a Comment