Bem como o meu primeiro blog não correu assim muito bem, reolvi fazer outro!
Para começar bem vou por um poema de Fernando Pessoa que eu absolutamente adoro e vou fazer um comentário sobre ele.
Iniciação
Não dormes sob os ciprestes,
Pois não há sono no mundo.
O corpo é a sombra das vestes que encobrem teu ser profundo.
Vem a noite que é a morte,
E a sombra acabou sem ser.
Vais na noite só recorte,
Igual a ti sem querer.
Mas na Estalagem do Assombro
Tiram-te os Anjos a capa:
Segues sem capa no ombro,
Com o pouco que te tapa.
Entao Arcanjos da Estrada
Despem-te e deixam-te nu.
Não tens vestes, não tens nada:
Tens só teu corpo que és tu.
Por fim, na funda Caverna,
Os Deuses despem-te mais.
Teu corpo cessa, alma externa,
Mas vês que são teus iguais.
A sombra das tuas vestes
Ficou entre nós na Sorte.
Não `stas morto, entre ciprestes.
Neófito, não há morte.
FERNANDO PESSOA