Saturday, December 28, 2019

No abismo de nos mesmos nos encontramos, enquanto silenciosamente de nos mesmos nos perdiamos entre pequeno encontros que aos poucos iam se tornando longos e sem saida.

Eu ia aprendendo a amar os teus silencios, aprendi aos poucos a amar a tua presencas, o teu calor, os teus abracos.
Aos poucos eu aprendi a amar o teu jeito efemero de viver, a tua vida contente despreocupada de adolescente.

Todos os dias eram dias de sol ao teu lado. Tudo era Alegria, tudo era dadiva e juventude, e tu apenas trazias noticias boas para contar ate ao dia em que te vi que vi o teu anoitecer pela primeira vez.
Quando vi, que para ti nao havia anoitecer, para ti a noite era um momento de festejar e nao um momento para descansar. Ao anoitecer algo maior apodeirava-se de ti.
Nao eras tu, nem era eu.
E tu bebias e fumavas sem parar, enquanto la fora os passaros abrigavam se e protegiam se em silencio.
Tu, bebado, queria sempre mais, beber mais, fumar cada vez mais ate a madrugada sem dormir, os teus desejos nao tinham fim, eram o Mar das minhas lagrimas.

Eu perguntava no decorrer de todas as semanas em que a vida nos ia passando, porque...  Sempre as minhas perguntas eram seguidas pelos teus silencios.
E ao longo do tempo eu fui aprendendo a render me ao inevitavel. Nada do que eu fizesse podia parar a tua fome, os desejos que consumiam o teu corpo naquela periodicas noites.
Tentei pedir ajuda a tu a familia, tentei observar ao longe para ver se me podiam ajudar a parar as drogas de abusarem do teu corpo quente.
Implorei te que me houvisses e que parasses, mas as minhas suplicas eram paradas pela tua ira, ou eram ignoradas pelos abismos dos tempos e o vento empurrava a minha vontade em ajudar te contra o momento certo, contra a tua inconsciencia em acreditar e falta de vontade de mudar. Eu queria te dizer que a dor ia chegar, que ias ficar doente mas nao havia porto que abrigasse as minhas palavras.

E eu aos poucos ia me rendendo ao destino dos passaros do anoitecer.  Eu ia observando a noite consumir o teu corpo quente, eu ia sorrateiramente abrigando e protegendo as minha penas no calor da tua cama impaciente mas in capaz de ajudar te.