Wednesday, May 21, 2014

The Mae Trio

https://www.youtube.com/watch?v=EmvmceZ0Eys

Wild is the wind...

https://www.youtube.com/watch?v=CiVDzTT4CbE

Saturday, May 17, 2014

https://www.youtube.com/watch?v=PLhWkWe9P4c

Thursday, May 15, 2014

Vão

Não há sentimento que cure
Não há lágrima que em mim se deixe afogar
Nem pranto que se deixe navegar neste mar,
à beira-mar

Não há o que saborear neste vento tão seco
do momento
Nem brisa que pare, para que eu a possa observar
Não há mais luzes que possam alegrar pupilas de olhos ingénuos
Nem canto para saciar a fome e a vontade de chorar

Nada há do tempo que espere, que faça um coração voltar a bater
Nem restos que sobrem dum deserto,
de momentos que ficaram por viver

Ouço muito do pouco que vejo
E esqueço pouco do muito que me permitiria viver
Neste além que são pouco mais do que lamentos
Ganho das asas, o voo.

A espera de abrir asas e desfazer-me em paisagens
para nada ser mais do que chão
Poderei, ainda, ser da natureza dos sonhos para não sentir nada em vão?

Saturday, May 10, 2014

Como viver no silêncio?
no ventre da claustrofobia?
No eco do intransigente?
No beco da cobardia?

Para quê não ter direcção?
 Para quê ter vida e morada?
Quando passarás, para segundo plano?
meus sonhos, minha vida e minhas palavras?

Para quê sonhar se posso comprar
Tuas coisas, tuas roupas e tuas pisadas

Porquê esquecer de contar?
o tempo, o pão, a luz e a água
E se quizer ser fumo, ser lareira e ser terra do chão?
Onde vou esconder minha farda?

Como cantar uma canção, se vivo desencantada?





Para Dizer-te

Queria dizer-te que o mar sempre esteve no teu olhar
Que o abrigo que procurei foste tu
E que o Sol que procuras já estava em ti

Queria mostrar-te que aqueles que deviam saber afinal
nunca souberam nada
E eu sei porque quando estava na lama, olhei para cima e vi

Queria mostrar-te que tu és grande
Embora te acredites pequeno
Por dentro tens o mundo inteiro
Mostraste-me sem querer um dia, em que me abraçaste
e ninguem me disse nem tu,  mas por fazeres-te pequeno, eu vi

Queria-te aqui, por não quereres tanto aqui estar
Por seres tu, e mais ninguém, por estares bem sem nada de mim
Por seres fraco, seres tu, mesmo sozinho, por deixares-te ser quem és
mesmo sabendo que não terás ninguém ao teu lado

Eu fui no tempo, eu sou das memórias
Como água argilosa que reflecte, o tempo que já passou
Agua que se pisa e se esquece, brisa que paira sem teto
Eu vi, vi o mundo numa inspiração,
Vi o mundo, vi os mundos que variam no íntimo de cada lugar
E numa poça te vi, tão tonto de não seres de lado nenhum
Como eu, que estava tão bem vestida de nada

E eu em mim, me acredito tola, também
Tão zonza de poucas certezas
Com a cabeça fugindo do tempo
Com os pés perdida entre espelhos
Tão parada, por ser dentro, um ser de mar agitado
Tão ansiosa, por ver tão pouca gente a viver

E sabendo que o futuro é isto,
esse sangue pisado sobre a sensação
sabendo que o futuro é suposto ser rocha, em vez de ser esse amor
do futuro não ver sentimentos, mas planos
E da vida, ver mais papéis do que sonhos

De tão poucos sonhos que tinha, vi que sonhavas tão bem...
Sonhavas calado enquanto eu cansada suspirava,
e tu calavas, e eu era, o teu silencio que escutava,
no meu peito eu escutava a tua voz calada mesmo enquanto eu dormia.

E eu queria dizer-te, o que só poderia dizer calada
queria partilhar contigo o mundo que me tem habitado ultimamente
Mas quando olho o céu a noite,
lembro que o meu mundo interno há de estar ali também
e que se te dissesse a ti eu já não seria mais novidade nenhuma
Só te posso dizer,
que devemos estar sempre no lugar certo,
mesmo por nunca estarmos bem em lado nenhum.