Quem dera que aqueles momentos perdurassem
Momentos de paz, de alegria, de partilha, de comunhão natural
Quem dera que aqueles olhares perdurassem
Olhares de espíritos, de transcendência, de amizade
Quem dera eu fosse sempre alegre e feliz como sou
Ao aceitar que faço parte da Mãe
Sou viajante, viajante só
Troco o amor de um sítio só
Por uma nova descoberta de um lugar em que nunca se pensou estar
E as vezes correm lágrimas sem eu as poder parar
Por momentos de felicidade que vivi
Não sei bem onde nem com quem
São da lembrança que senti
Não sou de ninguém nem de lugar algum
Não sou esta insegurança que me afunda
Nem essa tristeza que me trai
Sou de mim
E só ao ver nascer o Sol
Renasço na esperança de poder escolher
um pedaço de momento em que possa ser
um pouco mais do que eu.
Mãe, não permitas que por me apegar a ti
Afaste-me de outros
Por que também alguns afastam-se de mim
Por não verem que estás aqui
Num olhar de criança
Nos pássaros
Nas árvores da rua
Ou numa brisa que arrepia
As estrelas do céu sei que são a minha família
Porque quando me sinto só olho-as e penso que numa dessas estrelas
está alguém como eu
E sem perder-me em etiquetas
Sem seguir espectros que consomem o vazio
Prefiro ver a beleza em tudo como vejo
Ao não confundir quem sou com o que tenho
Por ti, nunca deixarei de ser quem sou
Nem nesses momentos em que olho para as estrelas e deixo as lágrimas caírem
Por ti, nunca esquecerei quem o meu coração seguiu
Nem quando em cada passo me sentir desamparada
Enquanto as vozes do mar contam-me as histórias do seu nome
Eu pergunto as montanhas se o meu nome combina com o seu
Estás aqui, meu amor
Friday, October 02, 2009
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