Thursday, May 08, 2008

A Torre de Babel




Era uma vez uma casa muito engraçada
Pequenininha. Bonitinha.
Tinha um quarto, uma salinha e uma cozinha

Era uma vez uma casota, mobilada, equipada com varanda
Mas sem quintal

Era uma vez uma casona com terraço, com quartos, piscina
E mesa de bilhar

Até que enfim, um casarão grande, alto, muito luxo, familiar
Com carros, cão de guarda, porteiro e tudo o que se pode comprar

E cresceu e cresceu a Torre de Babel, a bela sabedoria científica,
O Ego humano no seu melhor!
Não prático, não crente.
O conhecimento não superficial é a essência de toda a superficialidade.

O que nega o que é e acaba sendo pior do que era.
A cura para a doença em estado terminal, a causa da doença.
A evolução que causa morte, que cura o que provocou que ignora o que não pode curar.

Tão certa, tão errada, tão autónoma, tão suficiente.
A desgraça que vem, a esmola do inteligente e o veneno do doente.
Tão ilimitada quanto irreal num mundo limitado, animal.

Esquecer a condição, fugir da razão.
Não somos Deuses, cai a torre, que suja a água, a vida que mata que dá e que tira.
Não somos máquinas, nascemos mortos, e vamos morrendo ignorando a verdade.

A torre vai caindo e ninguém escuta o ruído.
Ninguém sente tremer o chão.
Nem sequer quem provocou a mentira.
Só a criança ouviu.
O que o visionário viu.
Que sabe quem aprender a lição.
Que escuta aquele que abriu o coração.

Mas no meio de tantos cegos difícil é, não perder a visão.

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