Saturday, January 26, 2013

Investigar a íntima razão

Fui investigadora de minha razão,

Porque em todo o lado procurei uma razão para estar viva e nenhuma razão, lá fora, encontrei.

E em todo o lado procurei,
Procurei nas ondas do mar que ecoam um som que toca na alma e retorna
Procurei nas montras intermitentes de lojas que piscam o seu reflexo sem parar
Procurei entre as pessoas mais perdidas de si que assumem-se desencontradas do mundo
Procurei entre pessoas conhecedoras de todas as morais do viver.

Até procurei ao longo de dias, em livros que se afirmavam e se desmentiam e que no fim contavam que não precisavam mais de sequer existir.

E no fim fiquei pior que no início…
Fiquei cansada, cheia, confusa, repleta de excedentes do que não era eu mas poderia ser
Repleta de coisas em minha cabeça, que eram apenas pontas soltas a espera de que eu as desmanchasse de uma vez.

Voltei a querer ser pequena, a sussurrar aos anjos e a pedi-los que pudesse ver novamente cores na vida para poder observar novamente de longe o céu, vendo a magia de não saber o que ele realmente é.
Voltei a querer diminuir e esquecer dos nomes que fazem multiplicar as dúvidas em minha cabeça ao torná-las maiores do que as estrelas que já existem, as mesmas estrelas que eu tanto queria poder alcançar.

Retornei a um pequeno abrigo, procurei apenas um simples aconchego,
procurei deixar as lágrimas simplesmente caírem e nunca mais olhar para trás.
Quis poder deixar a angústia de querer alguma coisa e desejar poder um dia novamente conformar-me em nada saber e nada ter com o que me preocupar, mas sem poder deixar o coração para traz, levei-o a mesma comigo.

Porque não existe moral mais funda que a própria vida, que é mais certa e incerta que qualquer lei que se possa criar… e só isso faz dela também, a mais importante.

E no fim descobri, que durante todo esse tempo que passei a procurar, podia simplesmente ter apreciado.
Que tudo o que passei, nunca fará de mim nem mais nem menos do que sempre houvera sido.

Foi assim, que consegui acordar e saber o que de mim estava até agora adormecido.

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