De barriga cheia, eu registo momentos
Tenho a barriga cheia do que podem ser ideias
Que se mantém numa incessante fome que não passa
Fome dos que alguns chamam imaginação
Vivo ansiosa em dar, e ansioda em criar
Vivo ansiosa em manifestar o mais inquieto ser de mim
Desenho com letras, o meu melhor reflexo dum pincel
E quero contar aos versos os mais belos momentos que já vivi
Não preciso mais de argumentos sequer para escrever
O meu único motivo será manifestar todo o mais pequeno viver
Cumprir a mais pequena revelação das letras que surdas caem no papel
Perseguidas por acertos fugazes do tempo
E desfeitas por viajantes novidades do momento
Descobri nas letras o meu refúgio
Descobri ali o meu bem mais amado
Sendo que agora se mantém minha vontade de esquecer
Para que algo mais novo possa por mim vir a nascer
Encontro-me grávida de meus pontos de acentuação
E espero ansiosa o meu poema cansado chegar a casa
Vou contar-lhe insistentemente meus lamentos até ao entardecer
E deixar-me absorver em sua dor uma e outra vez
Deixando-me voar, sei que só poderei confiar em livros já escritos
Pois considerarei eles os mestres de todo o bom sonhador
E de meu saber, só uma certeza ficará
A certeza de que esse poema que chegou, meu nunca será
Monday, April 23, 2012
Árvores
Procuro que me encontrem as árvores
pois delas nos nutrimos e surge delas o aprender a respirar
A árvore é a mais alta representação
do grande fôlego da criação
Porque Ela persegue o fôlego do céu
e por suas pernas canaliza Sua imensa emanação
Nutrida pela Mãe, a Terra, persegue por seus galhos, a vida
Nutrida pelo Universo, do Pai, se ergue e permanece erguida
Vivendo nela a mais pura respiração que flui e que vibra
Meus queridos amigos observam-me com ingénua indignação
Ao verem-me abraçar até as Árvores dos jardins
E vendo que eu delas até meu sustento posso absorver
Eles não compreendem o porquê
Mas é apenas por que nelas vejo a mais bela representação do amor
e do querer
Porque, é preciso amor, para se manter erguida, frente a dor das que agora se mantém caídas
Penso que é preciso amor, para aceitar tamanho desrespeito a Criação e consentir tão bem a Lei divina
Perante à Sua inconsciência que mais não é
que a nossa inconscência face a importância delas
As árvores parece que nascem para dar a todos, e até aos ingratos,
o mais sublime colo manifestado ao mundo.
Friday, April 20, 2012
A guerra
O medo que sufoca ainda é o mesmo
Porque as bandeiras perfuradas ainda são as mesmas
E ainda é o mesmo cheiro a doença no ar
A ignorância de outrora ainda é a mesma
Porque o som dos tiros ainda é o mesmo
E também é a mesma oração que se repete ao céu
A luxúria cultivada ainda é a mesma
E as calúnias ditas ainda são as mesmas
Pois é a mesma inútil eloquência que aparece
Os rapazes enganados ainda são os mesmos
E o tempo que passa rápido ainda é o mesmo
Quando na mesma está o desespero em não deixar viver,
o que ainda agora nasceu
O silenciar da verdade ainda é o mesmo
E o esquecer de cumprir velhas promessas deixa ainda ficar,
histórias felizes por contar,
e mais amores por viver,
e mais revoluções por acontecer,
e mais arte por criar,
e fica só um silenciar adormecido do que fica no peito a bater
como único vestígio de vida humana em nós
Tempos vem e tempos vão e pouco muda,
e os livros escritos ainda são os mesmos
e são para os mesmos rostos perdidos afagar
e as mensagens de esperança ainda servem as mesmas causas
e o mesmo ainda é,
o nosso sonho juvenil por mudar.
http://youtu.be/pj4Kv8AZwBo
Porque as bandeiras perfuradas ainda são as mesmas
E ainda é o mesmo cheiro a doença no ar
A ignorância de outrora ainda é a mesma
Porque o som dos tiros ainda é o mesmo
E também é a mesma oração que se repete ao céu
A luxúria cultivada ainda é a mesma
E as calúnias ditas ainda são as mesmas
Pois é a mesma inútil eloquência que aparece
Os rapazes enganados ainda são os mesmos
E o tempo que passa rápido ainda é o mesmo
Quando na mesma está o desespero em não deixar viver,
o que ainda agora nasceu
O silenciar da verdade ainda é o mesmo
E o esquecer de cumprir velhas promessas deixa ainda ficar,
histórias felizes por contar,
e mais amores por viver,
e mais revoluções por acontecer,
e mais arte por criar,
e fica só um silenciar adormecido do que fica no peito a bater
como único vestígio de vida humana em nós
Tempos vem e tempos vão e pouco muda,
e os livros escritos ainda são os mesmos
e são para os mesmos rostos perdidos afagar
e as mensagens de esperança ainda servem as mesmas causas
e o mesmo ainda é,
o nosso sonho juvenil por mudar.
http://youtu.be/pj4Kv8AZwBo
Sunday, April 15, 2012
Puros em amor
Deus trouxe um anjo até mim
Um anjo de homem, de meiguice, de aconchego, de lar
Trouxe um anjo até mim
Um anjo de aventuras, de paixão, e de tudo o que se traz no peito sem se contar
Tanto tens a dizer, meu querido, tão curiosa fiquei por saber mais do mundo por ti
Que percebi num parque, junto as árvores e junto a ventos brandos de paz,
que teu lindo mundo de cor também era sabor
Era pouco mais que o meu mundo de doce amor,
e nosso mundo louco, nesse dia, era explorar
era viver além do que se pode sequer sonhar
E nesse parque, viajamos
em nós respiramos, por um rio sendo um,
Percorrendo bem fundo, sendo amantes de nosso louco destino,
Dançando, nos amamos à luz abençoada do Sol,
fazendo de nossos gestos reflexos,
do infinito que refletido ia fluindo em ti e em mim
Intuindo, trilhos seguimos,
que nos levavam ao caminho que sussurrava segredos do mar
Deus trouxe-me um anjo lindo,
Um rapaz cheiroso à Robin dos Bosques, com cabelo comprido de elfo
E que tem orgulho por possuir, um olhar penetrante e um sorriso sem fim
E eu fiquei assim, derretida, toda florida em mim por esse teu amor
Toda grata, meditei, rezei, abençoei, clamei em Deus todo aquele intenso momento
E mesmo quando me guardavas em teu peito e me dizias pequenas coisas ao ouvido
Eu pensando pouco ouvir, por ti, senti intenso calor, o amor puro do que clamavas ao vento
E em nossas mais loucas canções, das canções que minha alma sussurrou
fiz de mim mais que teu fogo fiz-me tua alegria feroz
Vi que Deus trouxe-me a ti, querido
Trazendo a certeza de que meu caminho sempre e agora iluminarás
Pois por onde eu for passar sei que de agora em diante passarei por ti a cantar
Canções de puro amor para fazer nossa pureza durar
Um anjo de homem, de meiguice, de aconchego, de lar
Trouxe um anjo até mim
Um anjo de aventuras, de paixão, e de tudo o que se traz no peito sem se contar
Tanto tens a dizer, meu querido, tão curiosa fiquei por saber mais do mundo por ti
Que percebi num parque, junto as árvores e junto a ventos brandos de paz,
que teu lindo mundo de cor também era sabor
Era pouco mais que o meu mundo de doce amor,
e nosso mundo louco, nesse dia, era explorar
era viver além do que se pode sequer sonhar
E nesse parque, viajamos
em nós respiramos, por um rio sendo um,
Percorrendo bem fundo, sendo amantes de nosso louco destino,
Dançando, nos amamos à luz abençoada do Sol,
fazendo de nossos gestos reflexos,
do infinito que refletido ia fluindo em ti e em mim
Intuindo, trilhos seguimos,
que nos levavam ao caminho que sussurrava segredos do mar
Deus trouxe-me um anjo lindo,
Um rapaz cheiroso à Robin dos Bosques, com cabelo comprido de elfo
E que tem orgulho por possuir, um olhar penetrante e um sorriso sem fim
E eu fiquei assim, derretida, toda florida em mim por esse teu amor
Toda grata, meditei, rezei, abençoei, clamei em Deus todo aquele intenso momento
E mesmo quando me guardavas em teu peito e me dizias pequenas coisas ao ouvido
Eu pensando pouco ouvir, por ti, senti intenso calor, o amor puro do que clamavas ao vento
E em nossas mais loucas canções, das canções que minha alma sussurrou
fiz de mim mais que teu fogo fiz-me tua alegria feroz
Vi que Deus trouxe-me a ti, querido
Trazendo a certeza de que meu caminho sempre e agora iluminarás
Pois por onde eu for passar sei que de agora em diante passarei por ti a cantar
Canções de puro amor para fazer nossa pureza durar
Saturday, April 07, 2012
Canções de amor ao luar
Não te culparei mais
Por minhas lágrimas de doce e angelical amor
Não as repetirei mais nem ressentirei mais
por nosso passado,
por nossas histórias de príncipe e princesa
E nossas canções cantadas e abençoadas no luar
Não te repetirei mais
Como me importas,
como fica-me o peito vazio por não dormir e a teu lado estar
Por te rever constantemente nessas lembranças de primeiro beijo
que esperava ser colhido no paraíso dos amantes que ficam juntos para sempre
Somos crianças, amor
Crianças nessa vida que tão ingrata tem de dádiva
Que tão gasta tem de colorida por instantânea novidade insaciada
E mesmo assim mal sabemos nós o quanto temos a aprender
A cada instante te revejo ainda após todos esses meses
Meses, anos, mais nada são do que o primeiro dia que te vi
E ainda me dás arrepios
e ainda fico nervosa só de pensar em voltar a te ver
Ainda nervosa de em ti poder aprender o que é viver e o que é sentir de verdade
Mas não, eu sei, não haverá retorno mais...
Pois como pode o Sol voltar a nascer no mesmo dia?
Como pode o mesmo suave calor retornar e em mim tocar apenas para meu peito aquecer?
Como pode o pássaro voltar a cantar a mesma canção de amor para eu voltar a cantá-la para ti?
Como pode a lua repetir o teu nome em meu ouvido para eu em ti voltar a acreditar?
Como pode o vento refazer nosso gesto de adeus para, em nosso ninho, Deus voltar a nos unir?
Cada momento nosso vive em gotas límpidas de céu que desaguaram e marcaram ondas de um mar que por nós deixou ser-se fim.
E eu fiquei no porto.
Tão jovem, tão frágil. Ao ver-te lentamente num longínguo horizonte sumir
Vi a mais fina esperança desfeita por meu interior de criança magoada... chorosa
Ainda resistindo, lutanto por acreditar que voltarias, que não seria o fim, o despedir
Mas após dias e mais dias seguidos que incessantemente se repetiam
Fiquei com a certeza ingrata e cruel de que tal feito não se repetiria
Tal intenso amor, sei, não voltará em minha vida
Com tal romance de contos de fadas e tal príncipe bem feitor
Descobri que afinal num romance não existe esse fim tão falado,
pois fica um lugar no peito dedicado a essa história, a esse mesmo facto consumado
e memória cravada no peito, cantando que sempre se repetirá, que voltará!
E agora, ao rever mais esta Primavera, ao ver mais um Verão desabrochar,
sei que muitos mais Verões passarão e eu ainda na melancolia da tua ausência viverei,
na mesma jovem lembrança
vivendo como se fosse eu única, mas não sendo mais do que uma mais, passarei.
Pois como pode o amor brotar da mesma forma mais do que uma vez?
Como pode o mar desfazer-se de igual forma sobre nós,
da forma que abençoou nossos corpos nus?
Como podem nossos sonhos se unirem para produzirem algo mais além que nosso próprio sono?
Como pode alguém reescrever no bater de nossos corações,
mais uma vida dedicada a detalhes do mais puro e intenso romance a ser vivido?
Como podem os mesmos sítios serem repetidos com a perfeição do mesmo aroma adocicado e com a mesma nota sustenida?
Como podemos ter aquela mesma curiosidade por diferenças que de tão iguais nos fariam um só?
Como poderíamos voltar a passear de mãos dadas cantando naquele tom baixinho,
que nos permitia fazer da vida francesas canções de eterna e calorosa paixão?
Por minhas lágrimas de doce e angelical amor
Não as repetirei mais nem ressentirei mais
por nosso passado,
por nossas histórias de príncipe e princesa
E nossas canções cantadas e abençoadas no luar
Não te repetirei mais
Como me importas,
como fica-me o peito vazio por não dormir e a teu lado estar
Por te rever constantemente nessas lembranças de primeiro beijo
que esperava ser colhido no paraíso dos amantes que ficam juntos para sempre
Somos crianças, amor
Crianças nessa vida que tão ingrata tem de dádiva
Que tão gasta tem de colorida por instantânea novidade insaciada
E mesmo assim mal sabemos nós o quanto temos a aprender
A cada instante te revejo ainda após todos esses meses
Meses, anos, mais nada são do que o primeiro dia que te vi
E ainda me dás arrepios
e ainda fico nervosa só de pensar em voltar a te ver
Ainda nervosa de em ti poder aprender o que é viver e o que é sentir de verdade
Mas não, eu sei, não haverá retorno mais...
Pois como pode o Sol voltar a nascer no mesmo dia?
Como pode o mesmo suave calor retornar e em mim tocar apenas para meu peito aquecer?
Como pode o pássaro voltar a cantar a mesma canção de amor para eu voltar a cantá-la para ti?
Como pode a lua repetir o teu nome em meu ouvido para eu em ti voltar a acreditar?
Como pode o vento refazer nosso gesto de adeus para, em nosso ninho, Deus voltar a nos unir?
Cada momento nosso vive em gotas límpidas de céu que desaguaram e marcaram ondas de um mar que por nós deixou ser-se fim.
E eu fiquei no porto.
Tão jovem, tão frágil. Ao ver-te lentamente num longínguo horizonte sumir
Vi a mais fina esperança desfeita por meu interior de criança magoada... chorosa
Ainda resistindo, lutanto por acreditar que voltarias, que não seria o fim, o despedir
Mas após dias e mais dias seguidos que incessantemente se repetiam
Fiquei com a certeza ingrata e cruel de que tal feito não se repetiria
Tal intenso amor, sei, não voltará em minha vida
Com tal romance de contos de fadas e tal príncipe bem feitor
Descobri que afinal num romance não existe esse fim tão falado,
pois fica um lugar no peito dedicado a essa história, a esse mesmo facto consumado
e memória cravada no peito, cantando que sempre se repetirá, que voltará!
E agora, ao rever mais esta Primavera, ao ver mais um Verão desabrochar,
sei que muitos mais Verões passarão e eu ainda na melancolia da tua ausência viverei,
na mesma jovem lembrança
vivendo como se fosse eu única, mas não sendo mais do que uma mais, passarei.
Pois como pode o amor brotar da mesma forma mais do que uma vez?
Como pode o mar desfazer-se de igual forma sobre nós,
da forma que abençoou nossos corpos nus?
Como podem nossos sonhos se unirem para produzirem algo mais além que nosso próprio sono?
Como pode alguém reescrever no bater de nossos corações,
mais uma vida dedicada a detalhes do mais puro e intenso romance a ser vivido?
Como podem os mesmos sítios serem repetidos com a perfeição do mesmo aroma adocicado e com a mesma nota sustenida?
Como podemos ter aquela mesma curiosidade por diferenças que de tão iguais nos fariam um só?
Como poderíamos voltar a passear de mãos dadas cantando naquele tom baixinho,
que nos permitia fazer da vida francesas canções de eterna e calorosa paixão?
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