Friday, July 26, 2013

tulipas


Um ser que nasceu dum confuso seio familiar, confuso tenderá a ser


Este ser meu ser não quer mais conceber

Quer um leque mais infinito de possibilidades

Quer um sonhar indo além de sonhos velhos não vividos

puros e manchados de frustrações passadas



Um ser que nasceu do breu não reconhece facilmente a luz

Mas existe mesmo do escuro uma pequena luz que mal se vê

Ela que de si se cria, que de si nasce e renasce

Sempre procurando o inalcançável do que se possa alcançar



E o universo se cria, o criador procura sempre mais de si se dar, que descanso haverá?

Que riqueza trará em tudo de si entregar…

Sem saber do retorno da dádiva, tudo que sair de si deverá ser autodomínio,

viver numa entrega profunda em vez de numa autoritária rigidez, melhor viver haverá?



Quem de fora possa ver será que poderá entender, será que poderá ver?

Será que se pode ver de fora o que nos come por dentro?

O que nos digere e nos deita fora, que pensamentos traem e

ficam quais dele irão embora, quais deles morrem, quais deles destroem



Negar ou aceitar a tradição, negar ou aceitar a sua origem, negar ou aceitar a ilusão?

Amar o essencial do que é tradicional, por amar o mistério da origem

Deixar a magia permanecer colorindo folhas soltas que descaem sua restante beleza,

E as flores primaveris, continuarem a semear os sonhos nos apaixonados,



Tendo que engolir letras confusas de cartazes representantes duma verdade semi-dita, semi-estudada, semi-maldita, semi-verdadeira, semi-mentira, semi-antiga, semi-recente, semi-esquecida, semi-ausente, semi-realista? Muito conveniente, eu prefiro tulipas.




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