Thursday, March 05, 2015

vaga

Raptada, o sol brilhou chamou-me e eu não estava lá, não via
Estava perdida entre quatro paredes, sonhando acordada, apenas derretida, da vida, vencida

Estava cansada, encontraste-me, como tua previamente, como surpresa querida, como amante,
fizeste me ja tua, mesmo só porque sim
Porque eu desmanchava em teus braços, sem corpo, sem alma, sem laços, sendo filha do vento e da emoção.
E eu ia ficando porque queria, e ia fugindo quando sentia, que contigo não brincava,
que contigo se tentasse seria seria sempre demais para mim

Estava fechada, enclausurada de mim, só de esquecimento, e enquanto isso tu gritavas no silêncio a palavra que permitia que o meu peito pudesse novamente abrir.
De certeza que era magia, apenas eu seria apenas brincadeira de criança, eu via o teu rosto num puro encantamento, como se estivesse num sonho, mesmo enquanto tu existias e tudo isso acontecia
só te via real se fosses um Deus de um outro deus inventado, enquanto ia ganhando cor o sentimento, que vinha dos meus olhos que abriam

Enquanto eu estava tão vazia, desnutrida, plantada, vendo em ti todo o meu proprio esquecimento de mim, porque ias te mantendo desse Sol? Porque me davas calor quando toda eu era fria?
Do futuro, como permanecerias de mim? Sendo eu, dessa alma carente e alada, de sobrevivente e rastejante. Suplicando para ter o suor do teu único dia, o que eu poderia ser para ti?

Os caminhos verdes, eram todos teus caminhos, tu caminhavas nos dias escuros e nos dias claros, ias te mantendo a sorrir, enquanto eu nesses dias ia permanecendo nua,
E o que te agradava era de certeza eu ainda nua estar e viver dos teus olhos, viver feita dessas areias ao vento, como se fosse feita dessas folhas do ontono, agradou-te eu ir permanecendo onde tu me deixavas, assim em pose de espera, em pose do teu esbanjamento.

Quando eu pensava, via do futuro que tormento seria, eu tentava afastar-te, por medo do teu sentimento, pois de que doce era feito ser feliz, que gosto isso teria e se existieia. Fiz tudo o que não devia, menti-te, pulei, fugi-te, inventei que não conhecia canções, supliquei que não me levasses de volta até mim. Tão habituada eu estava a olhar na escuridão.

O que querias ver? Que folhas teria eu? Que almas encontrarias no fundo da minha pele ausente?
E se fosse tão vaga para ti, como qualquer folha em branco, eu pensava que se alguma vez me visses, seria nos ceus pelas suas cores, nos gatos pelos rastos que deixam ou nos patinhos que caminham atrás de suas mães. De certo era por isso que não vias o que eu sofri.

E o que poderias ser de mim, penugem, brisa, escuro, nada tinha a entregar-te.
Assim que me visses como realmente sou fugirias,
Porque tu nasceste vestido de tudo aquilo que brilha, o que terei eu em minha escuridão que possa ser igual a ti, meu amor?

No comments: