Eu caminhava ao vento,
Folhas caiam no chao, folhas rolavam pelo caminho
Eu via os teus olhos vazios, clamavas que te ajudasses e nao perduavas
Eu seguia sozinha, desamparada com o meu coracao na mao
Seguia o caminho ao vento sem nada
Com as minhas maos frias eu via as tuas maos brancas e palidas que tremiam
Eu nao via o Sol eu nao via a Lua,
Eu via o teu semblante branco quase sem cor, os teus olhos frios,
E eu amava te pelo teu corpo magro e palido e pela tua alma gelada
Eu seguia o caminho quase no escuro,
Olhava te com olhos de crianca e via-te como crianca tambem,
Eu via-te como um menino bonito, como um menino bonito sem pai e sem mae
E tu pedias um abraco, eu nao podia resistir, e tu te chegavas a mim
Aos poucos, foste chegando perto de mim, por entre esse caminho
em que eu passava, eu via pequenas pedras que me avisavam das dificuldades,
Eu comecei a ver sinais vindos do ceu que me alertavam cuidado,
Mas tu, desabafavas, tu contavas como triste tinha sido a tua vida,
passado de drogas, sem heranca, sem pai, sem familia, a luta do dia a dia,
as tuas dores de costas, os teus bracos cansados, os teus olhos tristes de menino,
eu amava-te, sem ouvir a minha intuicao.
Os teus olhos eram negros como a noite, o teu corpo tinha o gelo da morte, e a tua boca abria para o conto dos desfalecidos, de familiares mortos
E ainda assim dentro de ti, tu carregavas o cheiro das criancas, tinhas os gestos dos garotos que nao conhecem as consequencias, eu ficava intrigada porque nao tinhas conversas de adultos apenas conversas casuais de menino mal criado
E, por isso, o meu coracao se despedacava na tua presenca, o meu colo solitario ficava esperando por ti, esperando para ti guardar
E eu ia me fazendo de tua mulher, ia ignorando os sinais que me davas, eu ia aos poucos me cobrindo de uma fina esperanca que eu mesma guardava de fazer me tua,
Eu via as pequeninas flores que haviam no caminho e ainda guardava alguma esperanca de ver os teus olhos menos vazios perto de mim, e de ouvir dos teus labios finalmente palavras que existivem que contassem menos do que ja nao existia.
Mas o caminho ainda era escuro,
Tu seguias sem rumo, nao me prometias de nada, nao te calavas com o conto dos desfalecidos,
mas nao me protegias do frio, eu seguia o caminho desolada e sem protecao apenas com a protecao do meu amor por ti, por isso, deixei-te vir ate mim,
E quando vi, quando dei por mim, deixei me encantar pelo teu conto
Deixei-me ir pelas mentiras do que nao sentias por mim,
Quando vi, ja nao me querias, ja nao precisavas de mim.
E eu fiquei suja andando ao relento sozinha,
quando de um momento para o outro me deixaste de vez,
E as flores desapareceram, foi-se de vez a luz no caminho, o meu corpo gelou-se por dentro, a minha alma quase perdeu a esperanca quando te perdi, eu voltei a ver-te caminhar ao relento sozinho sem mim,
mas as tuas maos ja nao se abriam para me pedir ajuda, os teus olhos ja nao chamavam pelos meus,
o teu corpo seguia magro e sem rumo, sem contar a minha alma o que tinha acontecido,
eu segui sem saber nada de ti, sem saber o porque de teres mudado, o porque de me teres deixado,
soube que tinhas raiva de mim, sem um porque, sabia da tua raiva sem uma razao.
E eu cantarolei a minha solidao e saudade de ti,
eu fique apenas com a saudade das tuas maos frias,
a saudade que tinha de tomar conta de ti, a saudade dos teus olhos ausentes,
as saudades do teu corpo gelado quando tocava no meu,
a saudade de todas as vezes em que deixavas o teu corpo frio rendido em mim
E a ausencia ia aos poucos se confundindo com o meu nome.
E a ausencia ia se desgastando em mim,
A ausencia tomou posse da minha alma e tornou-se minha compania.
E o caminho tornava-se apenas a noite que trazias contigo enquanto desaparecias na escuridao.
Tuesday, March 05, 2019
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