Sunday, March 31, 2019

tumulo

Olhei-te e amei os teus modos pouco sinceros desde a primeira vez,
Amei te a ti na pura e dura ilusao de mim,
jovem, na rapidez do enconro perdi-me como tantas outras vezes antes.

Porque o ceu brilhava, a vida se iluminava, e um belo futuro aparecia,
Iam-se as lamentacoes, sem eu perceber porque o meu peito se abria,

Mas sempre depois dessa aparicao vinha o nada da tua ausencia que me
largava nos oceanos solitarios do sofrimento,
e de todas as vezes que isso ia acontecendo, de todas as vezes eu era como
um cego que nao via, eu era como essa petala caida no chao, rastejava
para ver-te sorrir apenas pedia mais uma vez, de todas as vezes
pedia aos ceus que me deixasse ao teu lado apenas mais uma vez,
porque eu pensava ser isso o que preenchia o meu peito, eu pensava ser
isso o doce da vida.

ate um dia,
Um dia, algo clamou em meu peito, o fim
A dor tornou-se mais que dor, quiz libertar-se de si mesma, quiz abrir os olhos e ver
quem realmente era, a minha alma encontrou-se a si mesma quando viu o lapso que era a vida.
E foi entao que vi-te em aparicao em mim,
Agradeci quando foste embora, pela primeira vez, nao rastejei em lagrimas
para que voltasses para mim, vi como me tinha desmanchado tantas vezes em vao,

Nesse dia, eu levantei-me do chao e andei em direcao a mim mesma pela primeira vez
como uma crianca, tive de ter cuidado da primeira vez e tive de dar pequenos passos
para nao voltar a cair,
mas o alivio foi imediado quando finalmente vi quem eu era,
sentia o alivio de estar viva dentro de mim pela primeira vez, vi minhas maos,
vi meus pes e vi o meu corpo e agradeci por estar viva.

As nuvens da minha mente desapareciam, o meu coracao voltava a bater,
levantei-me do tumulo onde me tinha sepultado por minha propria opcao.
E a tua presenca, ja nao me fazia diferenca,
a tua distancia ja nao me fazia sofrer,
porque eu estava ali comigo mesma, minha melhor amiga,
e tu eras parte do fumo, ilusao.

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